Política Profissões
Deputada quer regulamentar profissão de trancista no Brasil
Esse projeto é resultado de uma demanda de um grupo de trabalhadoras trancistas de Uberlândia, que almejam reconhecimento e real valorização da sua profissão
21/05/2024 11h32 Atualizada há 1 mês
Por: Ricardo de Freitas Fonte: Redação
Deputada quer regulamentar profissão de trancista no Brasil

A deputada federal Dandara (PT/MG) apresentou na última semana um projeto de lei que visa regulamentar a profissão de trancista no país. Na proposta, a parlamentar define o que é a profissão e dispõe sobre as suas características, incluindo-a no Quadro de Atividades e Profissões da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

“Esse projeto é resultado de uma demanda de um grupo de trabalhadoras trancistas de Uberlândia, que almejam reconhecimento e real valorização da sua profissão. De acordo com elas, 90% das profissionais estão dedicadas para o embelezamento afro e isso é o que as diferencia da categoria profissional de cabeleireiros. Hoje existem cerca de 15 mil profissionais que se identificam como trancistas no país”, conta Dandara.

De acordo com a parlamentar, a regulamentação da profissão de trancista se justifica porque ela tem uma diferença fundamental em relação aos profissionais cabeleireiros, como o emprego de saberes, habilidades e técnicas ancestrais de cuidado e embelezamento capilar próprios da cultura afrodescendente do país. “O trabalho realizado pelas trancistas no âmbito dos salões de beleza tem uma dimensão social muito importante para a população afrodescendente, pois atua na desconstrução de estereótipos negativos relacionados ao seu tipo capilar, apontando para outras possibilidades de cuidado que não as danosas práticas de alisamento e assim contribuindo para o fortalecimento da autoestima dessas pessoas, para a preservação da tradição e dos ensinamentos ancestrais da população negra e, por fim, para a afirmação de uma identidade negra”, pontua.

Trancista Trabalhando

 

Além disso, Dandara também salienta sobre a importância da atividade para a empregabilidade e a autonomia financeira em especial das mulheres negras, que compõe a maioria do quadro dessas profissionais. “Esse é um significativo exemplo de empreendedorismo negro”, finaliza.


O projeto pode ser acessado na íntegra: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2432881