Lesões por Esforços Repetitivos (LER) são frequentemente mal compreendidas como uma única doença, mas na realidade, representam um grupo de afecções do sistema musculoesquelético com manifestações variadas. Em entrevista, o Dr. Carlos Eugênio Parolini, reumatologista e acupunturista da Unimed Araxá, esclarece a diferença entre LER e DORT, além de abordar causas, sintomas, prevenção e tratamentos disponíveis. Leia abaixo:
Lesões por esforços repetitivos.
Não, LER não corresponde a uma doença ou enfermidade. Representa um grupo de afecções do sistema musculoesquelético que apresentam manifestações clínicas distintas e que variam de intensidade.
DORT são distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Ele veio para substituir a sigla LER, por 2 razões. Primeiro, a maioria dos trabalhadores com sintomas do sistema músculo esquelético não apresenta evidência de lesão. Segundo, é que, além do esforço repetitivo, outros tipos de sobrecarga no trabalho podem ser nocivos para o trabalhador como a sobrecarga estática (contração muscular prolongada para a manutenção da postura); excesso de força empregada para execução das tarefas; uso de instrumentos que transmitem vibração excessiva; trabalhos executados com posturas inadequadas.
Atualmente, sabe-se que, além de fatores mecânicos, também estão envolvidos os sociais, familiares, econômicos, bem como graus de insatisfação no trabalho, conflitos interpessoais no trabalho, depressão, ansiedade, problemas pessoais ou outros, o que muitas vezes torna o diagnóstico de LER questionável.
As tendinites (ombro, cotovelo e punho), cervicalgias, lombalgias e as mialgias em diversos locais do corpo.
Não, todos esses distúrbios têm tratamento.
Quando um ou mais dos seguintes fatores organizacionais no ambiente de trabalho não são respeitados, por exemplo:
1) Falta de treinamento e condicionamento para execução de tarefas
2) Local de trabalho inadequado ou inapropriado (umidade, ventilação, temperatura, barulho, superfície, iluminação, etc.)
3) Ferramentas e acessórios inadequados
4) Intervalos inapropriados, duração das jornadas de trabalho por longos períodos
4) Posturas inadequadas
5) Não respeitar os limites biomecânicos individuais para a execução do trabalho (o trabalhador tem que ter um biotipo compatível com a função que será executada)
Um ambiente do trabalho organizado reduz muito a possibilidade de um indivíduo desencadear um distúrbio musculoesquelético. É preciso ainda um processo de seleção adequado – cada trabalhador deve estar apto física e psicologicamente para exercer aquela função. É necessário, para isto, criar um bom ambiente de trabalho respeitando os limites de cada indivíduo.
Quando apresentar dores musculoesqueléticas ou desconforto em qualquer região do corpo, que estejam prejudicando a execução das tarefas ou que prejudiquem o sono e a qualidade de vida. O médico irá avaliar suas queixas, fazer uma correlação de causa e efeito, afastar outras patologias associadas que possam interferir e realizar o tratamento.
Varia de só medicamentoso (anti-inflamatórios, analgésicos, relaxantes musculares, agulhamento, acupuntura, fisioterapia) até a possibilidade de ser multidisciplinar com a participação de psicólogos, nutricionistas, educadores físicos e ergonomistas.
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